Bom pessoal, devido a alguns problemas de ordem tecnica o episodio que iria ao ar hoje vai ser postado durante a semana, porem a quinzenalidade do podcast será mantida inalterada, até lá fiquem com um texto do nosso colega Brenno.
A HORA E LUGAR DO RPG
Olá pessoal...
Estava cá com meus botões, revirando minhas memórias das coisas que vi, li e ouvi para encontrar um tema que parecesse interessante desenvolver num artigo inicial para o blog e foi quando parei para pensar nas sessões de jogos e principalmente nas condições em que jogamos as partidas de RPG. Acho estranho não ocorrerem mais discussões ou pelo menos um questionamento do tipo de ambiente e do momento que escolhemos para nossas sessões de jogos, pois muitas dificuldades no andamento e envolvimento com o jogo podem ser diminuídas quando levamos esses fatores mais em conta.
Por definição (Ao menos da minha parte), quase todos os lugares podem se transformar num espaço para rolar dados, recitar palavras estranhas e por aquele monte de papéis e materiais necessários para o jogo. Chega ser engraçado notar como tem grupos capazes de jogar em lugares dos mais diversos e porque não dizer exóticos (digitando partidas ou jogos de rpg no You tube vocês podem ter uma idéia do que estou dizendo).
Não duvido que haja quem jogue nessas condições, rsrsrsrsrs.
Os ambientes abertos (como parques, jardins, varandas, quintais, terraços, playgrounds, clubes, a rua, etc.) costumam ser mais inspiradores por conta de toda paisagem ao redor. Usar lugares deste tipo traz entre seus benefícios mais fortes a possibilidade de mais pessoas participarem dos jogos (pois certos lugares podem limitar bastante o número de participantes) e uma divulgação informal para o hobby (são mais pessoas vendo e ouvindo como o jogo acontece, mas ainda é preciso cuidado para não ser mal interpretado), sem contar que se o ambiente ao redor tiver alguma referência física ligada ao jogo (como edifícios, jardins, cartazes...) pode servir como reforço do interesse e motivação aos jogadores e mestres. Contudo raramente são confortáveis, especialmente se for fora de uma casa ou habitat cotidiano, pois é costume encontrar obstáculos (pessoas passando, exposição ao clima, insetos, animais e obras são os que me ocorrem de pior...)
Já os ambientes fechados (como quartos, porões, escritórios, salão de festas, etc.) parecem possibilitar mais privacidade ao grupo, um controle das influências interno–externas que acontecem ao redor (a não ser que os incômodos dividam o mesmo espaço que joga e não possam ser retirados) e conforto (salvo quando se joga sem/pouca mobília ou condições de todos terem um lugar para se acomodar). Sem dúvida, é a melhor opção para beneficiar quem deseja um grupo mais intimista, onde todos possuam ou vão possuir alguma convivência prolongada, sem contar vantagens que variam conforme o que é oferecido pelo lugar e o poder aquisitivo do grupo (de micro computadores a estantes ou gavetas para guardar o material... Por sinal outro tema que pretendo discutir futuramente...).
Um lugar sossegado é bom para jogar com a rapaziada de longa data...
Quando combinamos a duração e os horários dos jogos, pode ser ainda mais importante decidir que tipo de ambiente é melhor para seu grupo e proposta de jogo. Alguns tipos de sistemas, cenários ou proposta de jogo podem ser mais atraentes quando explorados a noite (as linhas do WoD e NWoD por exemplo) ou num lugar escuro por exemplo, enquanto outros parecem se encaixar melhor com mais luminosidade e o clima do dia, como comedias e muitos dos jogos de supers. Se pensarmos em jogos noturnos em lugares fechados (opção de muitos que conheci quando adolescentes sem obrigações), uma sessão de jogo pode facilmente perder os rumos quando segue a madrugada e os participantes já estão caídos de sono ou bêbados (e como isso acontece, rsrsrsrs). Por outro lado, partidas num lugar muito exposto e sem controle também podem trazer facilmente complicações, como as costumeiras distrações ou inibições aos jogadores por fazê-los expressar reações provocadas pelo jogo abertamente para pessoas que não convivem com o hobby (lembro bem de ver isso acontecer em alguns lives por ai...) ou por abandonarem o jogo para darem atenção a algo que acontece fora da mesa.
Agora me digam: Há condições de realizar um jogo satisfatório desse jeito?
Jogos de longa duração, como aqueles com amigos de longa data, acabam exigindo mais conforto para os envolvidos (afinal uma hora todo mundo precisa dar uma relaxada), enquanto as partidas mais curtas ao estilo dos jogos descompromissados para os curiosos, colegas ou nas ocasiões que precisam de controle maior do tempo não necessitam de tantas pré-condições para tudo acontecer.
Com certeza há outras coisas que precisamos levar em consideração, mas a intenção foi considerarmos um pouco o impacto que o onde e o como fazem nos nossos jogos.
De minha parte, não consigo jogar se o lugar não for confortável. Não muito confortável, porque se todo mundo estiver em sofás ultra-macios, terei um grupo de sonâmbulos jogando. De fato, se as cadeiras forem de madeira dura, de espaldar "reto demais", as pessoas naturalmente ficarão na ponta das cadeiras, apoiados na mesa, não tendo outra coisa para focar a não ser o jogo.
ResponderExcluirNormalmente eu não gosto de jogar em locais públicos, mas minha experiência jogando na área de alimentação do Parque Curupira aqui em Ribeirão Preto contradiz minha preferência. De quando em quando alguém aparece e pergunta se pode olhar. Assiste por uns cinco minutos (jogamos D&D 4e com minis e mapas) e depois pergunta o que é aquilo. Respondemos e a pessoa sai pra lá feliz e contente.
Já até recebemos um comentário que pode ser considerado elogio: "que legal, vocês garotos jogando aqui no parque ao invés de estarem em casa no videogame ou no bar". Isso porque eu tenho quase trinta anos, mas tudo bem.
Fala Marcelo,
ResponderExcluirGrato pela audiência e postagens... De fato, jogar em local publico auxilia mais na criação de uma visão menos "mística" do nosso hobby do que os mega eventos que acontecem por ai que acabam sendo vistos apenas uma reunião de fanaticos.
Achei meio óbvio mas o texto ficou muito bom e com imagens interessantes.
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